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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Um espanto a tua boca entreaberta,
aveludada, doce, suplicante.
A minha língua sorve-a à descoberta.
Entreabres as pernas nesse instante

e outra boca se abre incendiada
onde perco os meus dedos a tremer.
Desço a boca até morder a luz molhada
por entre os teus gemidos de prazer

e beijo a tua alma no teu corpo
que se excita mais cada segundo
a cada movimento, a cada sorvo.

E o desejo entre nós é tão profundo
que penetrando em ti parece pouco
o tempo todo que já tem o mundo.

[Joaquim Pessoa]